Uma das mais importantes reservas naturais do Distrito Federal, a Estação Ecológica de Águas Emendadas, recebeu, nesta quinta-feira (24) um grupo formado por membros do CBH Maranhão-DF, CBH Paranaíba-DF, além de professores, pesquisadores, e entidades ambientais. A proposta foi conhecer de perto a Unidade de Conservação, sua importância ambiental, os desafios do entorno e as potencialidades da região.
Organizado pelo Grupo de Educação Ambiental do CBH Maranhão-DF, a visita levou o grupo à Área 2 da Estação para conhecer a borda da Lagoa Bonita e ao marco divisório das bacias. Também foi realizada, no centro de visitação da reserva, breves apresentações, uma delas sobre o contexto geológico da região e suas particularidades, ministrada pelo professor Carlos Tadeu (UnB-FUP) e a outra sobre o surgimento e organização das ocupações do território da área central do país e da área onde é a ESECAE, com o pesquisador Robson Eleutério.
O professor do IFB e membro do CBH Maranhão-DF, Adeilton Oliveira, apresentou o projeto para tornar a Estação Ecológica Águas Emendadas patrimônio Natural da Humanidade. O próximo passo é criar um grupo para ajudar na elaboração do documento a ser apresentado à Unesco solicitando inclusão da Esec-AE na lista.
Projetos de pesquisa
A deputada federal Érika Kokay participou da atividade, onde falou sobre a importância da cultura cerratense na história da região, como forma de resgatar um sentimento de pertencimento da população local. A partir das apresentações sobre a necessidade de preservação de Águas Emendadas, ela informou da possibilidade de utilização do recurso da emenda parlamentar para investimento e custeio de ações de monitoramento da Esec-AE, mas também para ações de educação ambiental na região. Ela solicitou aos presentes parceria para alinhar, construir e detalhar o projeto a partir das necessidades ambientais da região.
A servidora aposentada, Mercês Paredes, que está auxiliando no processo de inclusão da Esec-Ae como patrimônio natural, destacou que a Unesco possui critérios para seleção de algo como patrimônio mundial, e que a UC possui possibilidade de receber o título.
Preservação
No final do dia foi realizada uma visita ao Marco divisor das bacias, um monumento no meio da mata que simboliza essa divisão. Na estação ocorre o fenômeno único de união de duas grandes bacias, são vertentes de água que fluem de um mesmo ponto para as bacias da América Latina, a Tocantins/Araguaia e a Platina, em uma Vereda de 6 km de extensão.
A presidente do CBH Paranaíba-DF, Alba Evangelista Ramos demonstrou preocupação com a descaracterização da vereda, com diminuição da água e avanço de algumas espécies de plantas invadindo a área da vereda. Ressaltou a importância de novos estudos e levantamentos sobre a situação hídrica e ambiental da região.
O agente de Unidade de Conservação do Brasília Ambiental, Gesileu DArc, destacou que a Esec-AE está em parceria com a UnB e pesquisadores para identificar e monitorar a situação da reserva.
No local o presidente do CBH Maranhão-DF, Marcelo Benini agradeceu o Brasília Ambiental pelo acolhimento do grupo na estação e lembrou do papel de interlocução do comitê com os diversos setores e demandas da sociedade.
O coordenador do GTEA, Cláudio Odilon, lembrou que a visita busca aproximar o grupo da região e ampliar o conhecimento do grupo sobre as demandas e potencialidades da Estação Ecológica.