Loading...
Rio Maranhão

CBH Maranhão Visita de Campo Chapadinha

Um dia dedicado a atividades voltadas ao meio ambiente e aos recursos hídricos. Nesta quinta-feira (9), dia em que se comemorou o aniversário do Ribeirão Sobradinho, o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do CBH Maranhão-DF organizou uma série de eventos, que foram divididos em dois turnos de programação. O CBH Paranaíba-DF e CBH Preto-DF também foram parceiros nas atividades.

Chamada de Visita de Campo Chapadinha, a programação iniciou com a recepção dos alunos e professores da Escola Classe Carlos Mota, na RA Sobradinho II, para um café da manhã, uma breve saudação e a celebração do aniversário do Ribeirão Sobradinho.

Na saudação, a presidente do CBH Maranhão-DF, Ildenilda Silva agradeceu os parceiros que viabilizaram a atividade, em especial, ao ex-presidente Rodolfo Brito que recebeu o grupo em sua propriedade.

As atividades foram realizadas na administração do condomínio Estância Villa Rica, que cedeu espaço para a programação matutina. O presidente da associação de moradores, Luciano Boloni, destacou a preocupação da população local com os recursos hídricos na região, já que o condomínio não recebe água da Caesb.

A presidente do CBH Paranaíba-DF, Alba Evangelista Ramos, explicou, aos alunos, o papel dos comitês de bacias, a importância da participação popular e algumas características de rios e bacias da região do DF.

O coordenador do SOS Sobradinho, membro do CBH Paranaíba, pesquisador da área ambiental, em especial da região de Sobradinho, Raimundo Barbosa, pontuou os desafios para conter a destruição e poluição no ribeirão e da morosidade do poder público para resolver a situação. Representante da vice governadoria do Governo do Distrito Federal, Estevão Reis , fez uma breve fala parabenizando a iniciativa e afirmando estar aberto para receber demandas relativas à pauta ambiental no Distrito Federal. Ele ainda afirmou que o GDF está empenhado na criação do Parque Canela de Ema e nas ações voltadas à despoluição do Ribeirão Sobradinho.

Atividades

A equipe de educação ambiental da Caesb também esteve presente nas atividades com os alunos, e levou o ônibus que percorre o ciclo do saneamento básico. Érica Radespiel, que trabalha na Caesb, contextualizou aos alunos acerca da importância do uso consciente da água, de revermos nossos padrões de consumo e repensarmos sobre o desperdício de recursos naturais. Ela ainda destacou a importância do saneamento básico para a saúde, meio ambiente e qualidade de vida da população.

Ainda pela manhã, os alunos participaram da atividade proposta pelo Projeto Amazônia Viva de realidade virtual, com uma imersão pela região do Rio Tapajós, que utiliza filmagens em 360° permitindo uma aproximação com a Amazônia.

No final da manhã, os estudantes foram visitar a Usina IMEB, de produção de energia fotovoltaica. Os funcionários explicaram que a usina transforma energia solar em energia elétrica, por meio dos painéis que se localizam próximos ao chão, e que essa energia alimenta a rede elétrica da Neo Energia, para posteriormente ser distribuída à população. A visita despertou interesse dos estudantes que participaram por meio de perguntar e comentários.

Confraternização

A programação vespertina foi direcionada aos membros dos comitês e comunidade interessada para debater questões de meio ambiente, recursos hídricos, impactos climáticos, entre outros. O ex-presidente do CBH Maranhão-DF e atual membro do GTEA, Rodolfo Brito, ofereceu um almoço aos presentes e na sequência inaugurou a placa próxima à nascente do Córrego Taquari, no Vale do Rio Maranhão, que fica limítrofe à propriedade.

Palestras

A urgência de ações que preservem e protejam o Ribeirão Sobradinho foi o tema da palestra do coordenador do SOS Sobradinho, Raimundo Pereira. Ele reforçou o trabalho da entidade para mitigação dos danos que o rio vem sofrendo, mas que estão sendo insuficientes, diante das atividades rurais, industriais, turismo predatório e de esgotamento sanitário na região.

Para ele, a criação de parques e Unidades de Conservação na região do ribeirão, além do plantio de hortas e sinalização dos terrenos baldios são ações que poderiam amenizar os impactos que o rio e sua região vem sofrendo.

Erosão

A extensionista Rural da Emater, Clarissa Campo, falou sobre erosão do solo em áreas rurais, apontando os tipos de erosão e as principais causas, como as práticas agrícolas inadequadas (queimadas, monocultivos, desmatamento).

Ela ressaltou que a região de Sobradinho é uma das regiões do Distrito Federal com maior suscetibilidade erosiva e por isso é importante conscientizar a população para a necessidade de adotar práticas de conservação do solo e parcelamentos que respeitem a legislação e normas vigentes.

Manejo de água

O engenheiro Paulo Araújo explicou como ocorre o ciclo da água e a importância de pensarmos soluções, baseadas na natureza, para a produção e aproveitamento da água.

Com exemplos de tecnologias e intervenções naturais, como jardins de chuva, pavimento permeáveis, telhados verdes e valas de infiltração, o engenheiro mostrou algumas alternativas para melhorar a infiltração da água no solo e amenizar a demanda hídrica.

Reúso da água

Mauro Felizatto, que está como coordenador da Câmara Técnica do CBH Paranaíba-DF e também é doutor em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, apresentou o resultado de um trabalho realizado como consultor da Adasa, sobre um projeto de cooperação técnica internacional sobre água de reuso para atendimento do setor agrícola do Distrito Federal. Foram analisados dados da Caesb e Adasa de um período de seis anos, em áreas consideradas sensíveis, como o ribeirão Sobradinho e o Rio Melchior.

No estudo, que teve a parceria com o engenheiro ambiental, Rodrigo Werneck, membro do CBH Paranaíba-DF, ele apresentou os riscos e os benefícios do reúso da água, além de dados sobre a situação de alguns dos principais rios do Distrito Federal.

Ele frisou ainda que a implantação de técnicas de reúso não pode ser uma iniciativa isolada, é preciso que seja uma política mais ampla, e que envolva várias setores, inclusive governamental.

Denúncias

Na finalização das palestras, o engenheiro, e servidor da ANA, Klaus Reitz falou sobre o trabalho de fiscalização, realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento e de como ocorre o processo de apuração e encaminhamento das denúncias.

Segundo ele, as denúncias precisam seguir um padrão e um rito para que sejam aproveitadas, caso contrário, a ANA não consegue dar prosseguimento adequado.

Entre os requisitos para que as denúncias sejam qualificadas, estão a necessidade de descrição da situação de irregularidade, o risco à integridade do manancial e a consistência dos dados fornecidos. Lembrando que a ANA apenas fiscaliza as águas de domínio público da União.

As palestras realizadas tiveram participação tanto presencial, quanto remota do público e contaram para fins de qualificação e capacitação dos membros, segundo requisito do Procomitês.

Ao final, membros das diretorias dos CBHs agradeceram pelo evento e a todos que colaboraram para que o evento ocorresse: ao membro do GTEA Maranhão, Rodolfo Brito, à Emater pelo lanche, ao condomínio Estância Villa Rica pela disponibilização do espaço, à Adasa pelo transporte, à Escola Carlos Mota, aos representantes do Projeto Amazônia Viva, à Caesb pelo ônibus “Expresso Ambiental”, à equipe da Abha Gestão de Águas pelo apoio, aos palestrantes e ao pessoal da Usina IMEB.