Em mais uma ação integrada entre os comitês de bacias, seus membros e comunidade local, o CBH Maranhão-DF promoveu duas atividades no dia 23 de agosto, a 2ª reunião da Câmara Técnica e o 2º Festival de Turismo e aventura da Fercal, que ocorreram no Rancho Ribeiro, na Fercal. As atividades do dia iniciaram com um café da manhã, oferecido pela Adasa aos presentes no evento e seguiu com palestras, almoço e caminhada até o Córrego do Ouro. O FTAF também faz parte das metas de capacitação dos membros do CBH Maranhão-DF.
Estavam presentes membros dos três comitês de bacias do Distrito Federal, CBH Maranhão-DF, CBH Preto-DF e CBH Paranaíba-DF.
Incêndios florestais
Aproveitando o período do ano em que há aumento dos incêndios florestais, devido à seca intensa, o administrador de Unidades de Conservação do Brasília Ambiental, responsável pelo mosaico norte do DF (Sobradinho, Planaltina e Estação Ecológica de Águas Emendadas – Esecae), Gegisleu Jacinto, juntamente com a equipe de brigadistas do Brasília Ambiental falaram um pouco sobre o trabalho e ações de monitoramento e combate aos incêndios no Distrito Federal. Segundo Jacinto, a imensa maioria dos incêndios florestais são causados por ações humanas, por isso a importante da comunidade em ações de prevenção e denuncia de focos iniciais. Os brigadistas Gilberto, Maurício e Soares, apresentaram técnicas e equipamentos utilizados no combate aos incêndios. A apresentação ocorreu na tenda oferecida pela Adasa.
Preservação e Planejamento da área rural
Pensar na integração entre solo e água para garantir qualidade disponibilidade hídrica foi um eixo importante para a concepção do Projeto Produtor de Água no Distrito Federal.
O vice-presidente do CBH Paranaíba (federal), membro do CBH Paranaíba-DF e servidor da Caesb, Fábio Bakker, explicou a concepção, funcionamento e importância do projeto na preservação dos recursos hídricos das bacias hidrográficas e destacou o papel dos comitês de bacias no diálogo e proposição de políticas de fortalecimento da gestão dos recursos hídricos.
Ele explicou que o projeto atua a partir de mudança de visão, entendendo o produtor rural como um parceiro na proteção dos mananciais e contenção do avanço urbano sobre o território do DF, já que o projeto fortalece e patrocina propriedades rurais ambientalmente sustentáveis. Bakker lembrou que é preciso pensar em respostas para o problema da expansão urbana e que os comitês de bacias são um espaço de construção de soluções, além de intervenção e diálogo com os órgãos.
O servidor do Brasília Ambiental, Gegisleu Jacinto, sugeriu que projetos e propostas ao legislativo cheguem através das frentes de trabalho, para evitar a personificação das reivindicações e rejeição das demandas.
Soluções descentralizadas para tratamento de esgoto
O acesso a serviços de saneamento básico representa mais que ligação à rede de esgoto, também representam condições adequadas de saúde, higiene e bem-estar. Com isso, o engenheiro da Caesb, Paulo Luiz Santos de Araújo apresentou algumas soluções existentes atualmente para regiões não atendidas pela rede formal de esgoto. Entre elas a fossa seca, construída em cima de um buraco, cavado diretamente no chão e o esquema de fossa verde e círculo de bananeiras, no qual as águas e os compostos nutricionais provindos do esgoto são reaproveitados pelas plantas.
Ele lembrou que para universalização do saneamento, é preciso considerar também o saneamento rural, que hoje ocorre em parceria com a Emater.
Proteção dos mananciais
O engenheiro da Caesb, Fabiano de Oliveira, falou sobre a importância da preservação dos mananciais para a produção de água em qualidade e quantidade e destacou que ações de prevenção devem ser priorizadas buscando minimizar problemas futuros.
Ele respondeu a questionamentos quanto a presença de mercúrio na Esecae, ressaltando que a Caesb hoje faz um acompanhamento contínuo na região, a fim de observar o problema.
O coordenador da CT do CBH Maranhão-DF reafirmou que pesquisa da UnB comprova a existência de mercúrio na região, atingindo diretamente Fumal e Brejinho e que é preciso repensar o enquadramento de corpos d´água desses dois pontos, já que fazem parte de uma Unidade de Conservação.
Bakker lembrou que será apresentado um diagnóstico do Plano de Bacia do Paranaíba -DF e que o comitê poderá averiguar se a região foi ou não contemplada pela revisão. Ele ressaltou a importância de institucionalização das provocações e críticas buscando dar encaminhamento aos órgãos responsáveis. A institucionalização poderá vir dos comitês, que podem qualificar e dar visibilidade às demandas.
Câmara Técnica
No âmbito da Câmara Técnica foram aprovadas a síntese da 1ª Reunião, além de encaminhamentos para convidar a UnB para expor pesquisa técnica sobre contaminação por mercúrio na Esecae, além de um questionamento ao CRH-DF sobre a classificação do Brejinho e Fumal para revisão de classe.
A próxima reunião ficou marcada para o dia 26 de setembro.
Logo após o almoço, o grupo participou de uma trilha ecológica até o Córrego do Ouro, que fica nas imediações do Rancho Ribeira. Na sequência, o apicultor Leonardo Ribeira fez uma apresentação sobre a produção de mel, néctar, pólen. Ele explicou um pouco sobre a organização social as abelhas, que dividem as tarefas e vivem em comunidade.